segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Desculpas para - sim! - pedir desculpas

Ninguém é perfeito. Não há exceções. Desde o anno Domini, não nasceu outro ser perfeito. Existem pessoas maravilhosas na face da Terra. Outras, nem tanto. Mas não existe hoje ser humano perfeito no universo.

Errar é humano. Clichê ridículo. Mas... Claro que é! É da essência da espécie humana cometer erros. Todos os erros são cometidos em decorrência da inteligência que nos é dada. Muitas das vezes, somos racionais demais, emocionais demais, impetuosos, tristes, estúpidos, doces, calculistas ou precisos demais que a margem de erro aumenta. E com os erros, as inevitáveis consequências.

Entre os sucessores de possíveis atitudes equivocantes, temos sorrisos falsos, iras acumuladas, corações despedaçados e - INEVITAVELMENTE - as lágrimas. Mais cedo, mais tarde, imediatamente; em público ou em particular; em silêncio ou aos prantos. Esses pequenos compostos de água e sais que saem das pequenas glândulas lacrimais que estão localizadas na parte interna dos olhos descem as pálpebras e percorrem as maçãs do rosto e as bochechas uma hora ou outra. Com piedade, sem pudor, representando ódio, emoção, stress, cansaço, decepção, opressão, dor e muitos outros sentimentos. Até por preguiça o ser humano chora!

Bebezinho lindo chorando. Fonte: Jootix

Assim como a suscetibilidade ao erro, a vulnerabilidade às lágrimas faz parte do ser humano. Não existe vitalidade se não há sentimentos - suficientemente intensos para causar o choro. Não podemos nos abster de nossa condição débil e frágil. E sim, homens também choram. Não deixam de ser masculinos por cederem ao pranto e às manifestações de emoções fortes; muito pelo contrário, são muito mais homens por serem fortes o suficiente para explanarem os sentimentos angustiantes.

Depois de tantos rios de lágrimas, qual a moral da história, senhores?

Podemos evitar lágrimas, é claro. Mas seria melhor se deixássemos com que elas saíssem de nossos olhos e fizéssemos com que elas rolassem por nossa face - por diferentes motivos.
Seria incrível ver seus amigos chorando de felicidade porque você está bem-sucedido na sua vida profissional. Mais fascinante seria ver lágrimas de gratidão, devido aos momentos de hospitalidade, às doces palavras proferidas, aos momentos de compartilhamento de sofrimentos do cotidiano.

Entretanto, as lágrimas mais belas são aquelas que provêm de belos pedidos de desculpa.
São cristais preciosos, que deveriam ser envasados e conservados como a prova do mais belo e mais puro ato de humildade que nós, simplórios, reles mortais, frágeis humanos podemos oferecer àqueles que estão à mercê de nosso "espevitamento" e todas as ações referentes ao nosso ego.

Dizer "eu sinto muito" ou "desculpe-me" é algo belo. Não belo, mas sublime. Desculpar-se não exime necessariamente você de sua culpa, como a raiz da palavra quer dizer. O verdadeiro desculpado perde a culpa no momento em que ele enxerga o que fez de errado e o quanto prejudicou o seu próximo, além de impor que vai fazer o possível para não ferir novamente. Pelo menos, de forma previsível.

Será que sabemos realmente o valor e o intento de pedir desculpas?

 Rosas brancas by La Belle Florist. Segundo as tradições de etiqueta, deve-se mandar elegantemente rosas brancas como pedido de desculpa ao ofendido.

Enfim, não podemos ter medo de expressar nossa condição humana. Pedindo desculpas ou desculpando, os únicos que não podemos perdoar são as lágrimas e os sentimentos verdadeiros.